—
—
O Convento de Santa Clara foi alvo de numerosas alterações ao longo dos séculos, mas continua a ser um templo fundamental do gótico português a norte do Douro. Começou a ser construído em 1318 e foi fixando, ao longo dos séculos, características góticas, manuelinas, barrocas e rococó.
A imponência com que nos surpreende ao atravessar a ponte, uma construção posterior, do século XVIII, alguns traços arquitetónicos como as ameias, os contrafortes que ajudam a vencer o desnível do terreno e a altura das janelas, faz recair sobre o Convento um aspeto de fortaleza.
A marcha das obras góticas do Convento revelou-se bastante demorada e não estando o conjunto terminado em 1354, D. Afonso Sanches pede ao seu filho, por testamento, que as conclua. Nos primeiros anos do século XVI, na igreja deste conjunto monumental, sob o impulso das abadessas D. Isabel de Castro e D. Catarina de Lima, construiu-se a capela dos fundadores. Aqui se colocaram os seus túmulos, refeitos de acordo com a estética do tempo manuelino e dotados de jacentes plenamente medievais, com D. Afonso a segurar a espada e com um leão aos pés e D. Teresa vestindo o hábito de clarissa. São das mais impressionantes obras de tumulária manuelina, saídas da oficina de Diogo Pires-o-Moço.
A igreja apresenta planta de cruz latina de nave única, coberta de caixotões de talha octogonal ricamente decorados, e transepto de grandes dimensões. O coro baixo é corrido por um cadeiral de duas filas e preserva ainda dois retábulos, enquanto o coro-alto é coberto por abóbada de berço revestida por caixotões de talha. No exterior, o destaque vai para a cabeceira poligonal e a rosácea, de tipo radiante, de grandes dimensões.

Gps 41.353071 , -8.739196
#{text}