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Pela qualidade e importância dos trabalhos escultóricos tem sido uma das mais debatidas obras românicas do país. O complexo programa iconográfico dos capitéis da cabeceira e as representações dos tímpanos dos três portais são manifestações maiores da nossa arte do século XII e princípios de XIII. É esta análise que tem conferido ao monumento um estatuto singular no panorama da arte românica em Portugal.
O mosteiro já existia em 1103, estando dedicado a São Cristóvão, pelo que é de admitir que a sua fundação se tenha verificado nas derradeiras décadas do século XI. No entanto, os vestígios materiais mais antigos estão catalogados a partir de 1151, ano em que o sacerdote Pedro Dias terá patrocinado a obra românica, de acordo com uma inscrição comemorativa do arranque dos trabalhos localizada no ângulo sudeste do interior da abside. Desta primeira época data a cabeceira, obra maior do nosso românico. O principal interesse desta parcela do edifício reside nos seus capitéis. O que tem suscitado mais interesse por parte dos investigadores é o capitel do lado Sul do arco triunfal decorado nas suas três faces: um jogral (ou espécie de vilão) na frente voltada à nave; dois homens prendendo uma mulher na principal e uma mulher transportando uma figura com um bastão nas mãos na última.
O tímpano do portal principal retrata um bispo ladeado por dois diáconos, com símbolos do Sol e da Lua, possível representação de Santo Agostinho, autor da Regra dos Cónegos Regrantes, a quem pertencia a obra.
Em 1443, o mosteiro foi extinto e anexo ao de São Simão da Junqueira. Com escassas obras ao longo da época moderna, e perdidas as dependências monásticas, só nos finais da década de 60 do século XX se procedeu ao seu restauro. O coro-alto, presumivelmente barroco, foi demolido em 1980 e o templo assumiu, desde então, o aspeto que mantém até hoje.

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Gps 41.399867 , -8.679425
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