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Conhecida por muitos como “Igreja do Senhor de Matosinhos” em honra da famigerada romaria anual, a Igreja do Bom Jesus de Matosinhos data da segunda metade séc. XVI, após encomenda feita ao mestre João de Ruão pela Universidade de Coimbra, a quem D. João III tinha cedido o padroado de um mosteiro nas proximidades, então em declínio. No entanto, dessa primeira “versão” renascentista do templo pouco sobreviveu até hoje. O responsável pela transformação do edifício tornar-se-ia um símbolo do barroco em Portugal: Nicolau Nasoni. O maestro italiano renovou e alterou a igreja de forma profunda em meados do séc. XVIII, levantado de forma significativa as paredes laterais e erigindo uma fachada nova de inegável impacto cénico, marcadamente barroca. No mesmo período, o interior foi amplamente revestido por talha dourada, fazendo deste um exemplar incontornável desta arte em Portugal. A imagem do Senhor de Matosinhos é, contudo, o verdadeiro ex-libris da Igreja, uma vez que é considerada a mais antiga do género existente em Portugal. Todavia, a sua origem lendária está profundamente enraizada na comunidade e na tradição popular, segundo a qual o autor é Nicodemos, personagem bíblica que, com a ajuda de José de Arimateia, retirou Cristo da Cruz e o depositou no sepulcro. A longa cabeleira, a coroa de espinhos em prata e o resplendor são adereços posteriores, do período barroco.

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Gps 41.186772 , -8.683774
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