—
—
Que existe uma sala particularmente sedutora é do conhecimento geral, o que talvez não saiba é que este edifício surge, em 1833, na sequência de um incêndio. O fogo destruiu grande parte do claustro do convento de São Francisco, facto que terá estado na base da autorização dada, por decreto, aos negociantes portuenses para realizarem neste local uma praça comercial. Em 1841, D. Maria II concede à Associação Comercial Portuense a propriedade do convento. As obras deste edifício neoclássico, em pleno centro histórico, prolongaram-se até 1910. Embora se tenha reunido em torno da obra uma grande equipa de arquitetos e artistas, a autoria do projeto cabe ao arquiteto Joaquim da Costa Lima.
O palácio, estruturado em planta retangular, desenvolve-se em torno de um pátio central. Bastam alguns passos para entrar no Pátio das Nações, coberto por uma estrutura metálica envidraçada.
O brilho dos objetos, as cores vivas das paredes e do teto, as formas harmoniosas da escadaria são apenas alguns dos pormenores que puxam o lustro a todos os momentos passados no interior do Palácio da Bolsa. Há, no entanto, que destacar algumas das salas nobres do segundo piso. É o caso da Sala das Assembleias Gerais, com o teto estruturado em madeira e delineado a ouro, outro teto delicadamente coberto com estuque dourado é o da Sala da Direção. No Gabinete da Presidência são as paredes que chamam a atenção. Foram pintadas com representações alusivas à Agricultura, à Indústria, ao Comércio e à Construção Naval. Depois disto o que falta? Falta abrir bem os olhos para a última sala. Um Salão, neste caso. Tem planta oval. E um forte gosto revivalista. Está repleto de representações em arabescos vermelhos e dourados. Num namoro de contrastes com o tom azul que reveste o teto e as arcadas. É este namoro entre tons e formas que lhe vai ficar tatuado na memória. Falamos de quê? Do Salão Árabe, claro está.

correio@cciporto.pt • Ver arquivo DGPC
Gps 41.14125931 , -8.61540019
#{text}